Neste Blog pode encontrar algumas das minhas experiências e ensaios desde o 1º dia da minha PX125
quinta-feira, 24 de novembro de 2016
Serra de Montemuro
No último fim de semana de Outubro, decidi ir da costa até à montanha. Neste caso fui até à 8ª serra mais alta de Portugal. Enquanto fazia a rodagem, 1382 metros de altitude serviram perfeitamente para puxar pelo "animal". Aproveitar é enquanto não vem o gelo, embora seja bem capaz de o fazer com neve. :)
Paragem para esticar a pernas no largo da Igreja de Santa Maria Maior de Tarouquela (esta é uma das muitas Igrejas que se encontram situadas na Rota do Românico).
Afinal tenho uma Vespa Tuning:
Parei em cima de um monte de folhas secas e aindacom o motor ligado, começo sentir o cheiro a queimado; Olho em volta e reparo na imensa "fumarada" que saía debaixo da mota! Afasto-me dali, tipo um metro à frente, e reparo que o culpado daquele pequeno incêndio tinha sido, nada mais, nada menos, eu! Saltei para as folhas e com os pés comecei a pisar uma a uma, tipo uma criança que gosta de calcar as folhas secas, neste caso a apagar as que se tinham incendiado. O causador foi o escape, até porque deixei de fumar há algum tempo. Como é que em poucos segundos isto aconteceu??? Querem ver que a minha "Bella Machinna Violenta" tem o pé do demo!? Imagino à noite a panela do escape vermelha a escaldar e a iluminar o asfalto... Afinal tenho uma Vespa Tuning sem gastar t€mpo em luzes led ou neon. :) (creio que se o fizesse cairia logo na primeira curva com o azeite!)
Paragem para café, em Cinfães.
De volta à estrada só voltei a parar no alto da serra. Pelo caminho, ia notando que a azáfama da cidade ficava para trás e entrava em terreno de Serra, pois o silêncio absurdo era apenas quebrado pelo "ronronar" do motor da vespa em "harmonia" com a natureza. Os 125cc foram fieis e subiu sem dificuldade. Não estranhei nesta altura do ano já se sentir um vento gélido daí ter levado um cachecol.
No alto daquela Serra vi que estava a:
108 Km da Peneda-Gerês
121 Km da Serra da Estrela
449 Km dos Picos da Europa
744 Km da Serra Nevada
... que coisa tão bonita de se ver! :)
terça-feira, 15 de novembro de 2016
A vontade de fazer a rodagem na PX era enorme. Então, quase tudo era motivo para andar na vespa. Com a entrada do Outono, eu teria de aproveitar os últimos dias quentes que ainda restavam.
De volta para casa, fazia um pequeno/grande desvio, passava pelo centro do Porto, ribeira, Afurada e por ai adiante até Espinho sempre pela beira da praia.
Ribeira do Porto
Ribeira de Gaia
Ponte Arrábida - Afurada
Os primeiros Quilómetros da minha "#bellamacchinaviolenta":
Vila Nova de Gaia - Rio Douro
Aproveitando os dias em que não chovia, ia fazendo a #rodagem, parando, apreciando, contemplando a minha nova vespa. :)
Miramar - Senhor da Pedra
segunda-feira, 7 de novembro de 2016
A história da minha Vespa PX125
Quando chega o Verão, lembro-me sempre da minha velhinha fl2, (50cc no livrete e 75cc do lado direito da roda traseira) vendi-a no século passado. Entretanto, confesso que a vontade de voltar a ter uma vespa veio para ficar no ano de 2016. Não foi por moda, mas por sempre ter adorado este tipo de motociclo clássico.
"Penso, logo faço, porque agora não me apetece". É este o pensamento do homo sapiens sapiens de quando quer muito uma coisa e não sabe por onde começar e está cheio de preguiça para se mexer, então vai à net!
Fui ver o que encontrava, por valores baixos, em dois sitios: OLX e CustoJusto, conhecem?
Entre sucatas e ferro velho, restauros duvidosos e muita ferrugem, verificava que as vespas à venda nestes sítios, independentemente do ano e do modelo, deveriam ter embutidas peças de metal precioso.
Os dias iam passando, o arrependimento de ter despachado a fl2 estava a criar em mim, ao final destes anos todos, um sentimento de culpa, fazendo com que a vontade de ter uma Vespa fosse crescendo cada vez mais, cheguei ao ponto de ficar tentado a comprar uma 50s no OLX!
Ao visitar uma feira em Aveiro, lá estava ela! Bonita, mas moderna. Passei por ela e disse para mim mesmo: - Com esses dois espelhos pareces a abelha maia! Olhei para o preço, 3.550€ o quê??? Fui beber uma Fanta e comer umas farturas e acabei por esquecer.
Continuei a minha busca interminável por uma vespa clássica, com aquelas linhas perfeitas de Design Italiano de preferência da década de 60 e com o símbolo quadrado, que só quem conhece sabe do que falo!
No verão visitei outra feira, desta vez, em Penafiel. Ao deambular pelos stands de bois, porcos, Mercedes, Renault, galinhas, Citroen, coelhos e tractores agriculas, lá estava ela entre outras... Parei e dou por mim a comentar comigo mesmo, a tentar convencer-me de que afinal, embora moderna, até tem umas linhas bonitas! Admirei-a de alto abaixo, símbolo quadrado, imaginei-a sem as antenas, apreciei-lhe as curvas pela frente e pela traseira e enquanto lhe tocava na pele começo a *"desejá-la," reparei no preço... 3.550€, fui-me embora.
*"desejá-la" de a adquirir, comprar, levá-la embora no momento. Só para que não fiquem dúvidas!
A partir desse dia, senti-me "picado" pela paixão por uma Vespa PX.
Ao fazer uma busca mais minuciosa, tipo, o básico; como é que não me lembrei disto antes!? Começar pelo Website da vespa! Verifiquei, que este ano, a Vespa faz 70 anos. Interessante!!!
No meio de tanta procura, fui adquirindo algum conhecimento, "básico", sobre os vários modelos, incluindo a vespa 946, modelo este, desenvolvido pela Piaggio e Giorgio Armani.
(se algum milionário me quiser oferecer uma 946, ficar-lhe-ei eternamente grato pelo gesto!)
Aproximava-se o mês de Setembro e com ele o dia dos meus anos. Seria ótimo ser congratulado no dia do meu aniversário com uma vespa! Já a imaginava a materializar-se tal como a vespa PX da exposição de Damián Ortega - Italian Miracle, 2005.
Em casa, toquei no assunto à minha senhora:
- E se eu comprasse uma vespa?
Resposta: - Tem juízo, já não tens idade para essas coisas!
Com alguma teimosia disse para mim mesmo: Adiar o inadiável é que não! "Se não nos empenharmos nos nossos sonhos, dificilmente estes se realizarão". São as palavras sábias de um sábio desconhecido. Respirei fundo e alinhei os meus chakras.
Entretanto a questão impunha-se: Onde comprar uma vespa no Grande Porto? Encontrei a resposta na net: Moto Spazio Porto.
Fui ver para crer! Passando a publicidade gratuita, é uma loja agradável, com um excelente atendimento. Tirei no momento todas as dúvidas inerentes à compra assim como da "la bella macchina violenta".
Qual seria a cor??? Azul, já não havia. Vermelho, correria o risco de encontrar a vespa deitada no chão em qualquer estacionamento da cidade do Porto. (se é que me entendem) Restavam as cores preto e branco. Preto era a cor da minha antiga Vespa fl2. Branco... tinha a dúvida entre as duas cores.
No stand, não havia nenhuma Vespa PX125, era necessário encomendar. Tinha poucos dias para decidir a cor, por isso, fui sensato na selecção. Branca, seria a cor da minha PX! Se quiser ir para o trabalho de vespa, terei de fazer 35 km. Na mudança da hora, anoitece mais cedo, para rodar na VCI/A29 de noite convém estar bem visível. Acho que cores radicais já não me ficam bem. Então, sai uma cor neutra se faz favor!
Tratei de toda a papelada associada ao processo de compra e aguardei...
4ª feira, 21 de Setembro
Como continuava à espera de noticias frescas por parte da "Moto Spazio" acerca da minha "bella macchina violenta", decidi aparecer no concessionário. No centro da loja, encontrava-se uma palete com uma enorme caixa de papelão, barrando praticamente a passagem. Aproximei-me, dei a volta à caixa e... "anjos e sinos tocaram uma melodia harmoniosa no meu cérebro tresloucado do momento". Tinha chegado a minha PX!!!
O vendedor estava ocupado, eu tinha de espreitar para dentro da caixa!!! Senti-me atacado, naquele momento, pelo "gnomo" maléfico que nos provoca a ansiedade e vontade súbita de abrir as prendas que estão debaixo da árvore de Natal.
O "gnomo" ganhou e eu abri a caixa!
Ao levantar a tampa, sou encandeado em milésimos de segundo por um branco ceroula imaculadamente puro, inocente e singelo.
Com um piscar de olhos recupero e admiro a beleza que estava diante de mim. Perguntei: "para quando a matricula e a restante papelada?" - "Amanhã estará pronta!" Por via das dúvidas, venho buscar a menina na sexta feira.
Tinham de a levar para a oficina a fim de fazerem as afinações, calibragem, montagem de espelhos e matricula, etc.
Entretanto fiquei a ver o primeiro dia do resto da sua vida:
6ª feira, 23 de Setembro
"la bella macchina violenta" estava à minha espera.
Ouvi atentamente as instruções dadas pelo vendedor enquanto ele as executava: "antes de ligar a ignição, abra o ar, quando começar a trabalhar já pode fechar o ar. Tem actualmente gasolina para +/- 15km. Ponha apenas meia garrafa de óleo no depósito, dará para +/- 600km" enquanto trocávamos de lugar a voz do vendedor já não me entrava nos ouvidos, só ouvia a PX a chamar por mim com aquele trabalhar característico das vespas: toc, toc, toc, toc... eu e ela já éramos um só. "Agradeci gentilmente ao vendedor, disse-lhe que dali a 1000Km lá estaria para a revisão." Engatei a primeira, sinto aquele nervoso do motor a querer andar, pé no tapete e vamos embora que se faz tarde.
A leve brisa na cara, a sensação de liberdade, o sorriso, que levava estampado da alegria de ter uma Vespa, era enorme!
Começo a subir a Rua de Faria Guimarães com um transito tremendo e de repente... apagou-se!
Prendo a embraiagem e encosto-me à esquerda no primeiro espaço que encontrei e entre este movimento, pensava no problema: "Gasolina tem! Será a vela? Já!? Baixo a cabeça, afasto a perna para o lado e reparo que a torneira da gasolina estava no "OFF". Coloquei-a no "ON" e experimentei o kick: uma... e nada, duas... três e toc, toc, toc, toc... segui viagem em direcção a Matosinhos. Sem passar os 70km/h (rodagem) fui nas calmas pela VCI e A28 naquela lindíssima manhã de Outono.
A 25 de Setembro de 2016 dei a conhecer ao mundo a minha nova aquisição: