Aproveitei a vantagem do feriado municipal do Sr. de Matosinhos para marcar a montagem do escape no grande Porto (lá não é feriado). 😆 A montagem do escape, não tem por detrás nenhuma ciência! O problema está naquilo que não sabemos o que é, nem onde fica, estou a falar de gigleurs. Para quem não sabe, o gigleur está montado num parafuso, com cerca de um centímetro de altura e com um pequeno furo que pode ter determinadas medidas. Quanto maior for esse furo, maior a quantidade de gasolina injetada no carburador. A minha PX125 gasta de origem um gigleur 96. Como o novo escape é sem catalisador e para que haja um melhor rendimento, o motor necessita de mais gasolina, daí ser necessário trocar o gigleur.
Que medida de gigleur colocar??? Perguntei a 4 ou 5 pessoas entendidas no assunto e todos deram uma opinião diferente, -Coloca um de 100! -Se fosse a ti colocava um de 110. -Experimenta o de 98, 105, 103... Todos ajudaram a baralhar mais as minhas ideias, mas todos eles referiram o mesmo; "os motores podem ser iguais, mas todos diferem, no trabalhar, uns dos outros". Como terá de ser por experiência, optei por um gigleur de 100. Se ao final de uns quilómetros largos (100Km) a vela não ficar branca, e mantiver um castanho achocolatado, está ótimo! Vai consumir um niquinho mais de gasolina, mas também irá ter outro rendimento. O motor ficará mais solto devido ao aproveitamento do escape e sempre terá um bocadinho mais de saúde, por não forçar tanto a saída dos gases.
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Escape SITO PLUS |
Porquê o escape Sito Plus!? Falando de estética, gostei daquele balão extra da ponteira do escape, não foge muito do original, comparado com uns escapes tipo bigode à Salvador Dali que mais se parecem com alambiques. Gostei da crítica que li, embora digam que faça mais barulho. O mecânico disse-me que era o escape da Vespa T5. 😮
No mecânico:
Estive mesmo para ter ido ao Sr. Manuel da Moto Rodelo na Madalena. E fui... mas estava cheio de serviço e não me deu nenhuma data concreta de quando poderia fazer este serviço na PX.
Então o Nuno da "Loja 112" disse-me: -Quem era capaz de fazer isso é o Samuel em Rio Tinto!
-Após um breve telefonema, confirmou a marcação.
O Samuel tem a Oficina 240 em Rio Tinto e foi lá que fomos (eu e a Leia, entenda-se). Combinei estar às 9.30h do dia 11-06-2019. Confesso que estava com alguma ansiedade e pouco dormi nessa noite. De manhã nem me custou a levantar, coloquei o escape na mochila e fiz-me ao caminho. À hora marcada lá estávamos nós.
A Leia subiu para a mesa de operações.
Eu, estava mais nervoso que a própria Leia. Não conhecia o mecânico, mas já tinha lido numa das postas do Hugo na Horta das Vespas que o Samuel era competente. A Horta sempre foi, para mim, um local de inspiração.
Quis tirar a ultima foto meio manhosa do escape de origem.
Reparem na fita presa entre o elevador e a Vespa, a roda traseira fica levantada! Porquê que não me lembrei disto antes??? Se alguém tivesse feito força na frente do guiador, eu teria colocado a roda traseira sem ter que lhe retirar o ar!!!! 😫Aquela marca central nas letras do pneu nunca teria existido. Enfim...
Enquanto o escape ia arrefecendo, foi-se tirando os balons e passou-se para o filtro do ar, após a sua remoção acede-se e troca-se o gigleur. O Samuel ao ver-me a tirar fotos pergunta se é para publicar na Internet para que depois todos façam tudo errado!?
- Não se preocupe Samuel, não vou desvendar os seus segredos de mecânico. 😉
O video que se segue está em língua Francesa, (coloquem legendas em Português. A tradução automática é uma vergonha, mas sempre ajuda). Até aos primeiros 50 segundos do video vêm como remover o filtro de ar. Para verem onde se encontra o gigleur, avancem para o minuto 00:06:00 até 00:06:15. Não têm necessidade de remover o carburador, mas se um dia houver essa necessidade, já vêm como é. O gigleur está na ponta do parafuso maior. Para a troca do gigleur, aviso que é uma operação delicada, pode ser necessário a ajuda de um torno para segurar bem o parafuso e com a ajuda de um alicate puxa-se o gigleur e coloca-se o novo. Na duvida, não mexam! Dirijam-se ao vosso mecânico.
Passou-se para o escape. Desapertam-se uns parafusos, desencaixa-se alguns cabos e o escape fica quase solto.
Sim, também gravei o som do escape com catalisador e o som do escape sem catalisador. Esta foi uma das maiores pesquisas que fiz e poucas me satisfizeram. Fiz este video especialmente para comparação. Encostem-se na vossa cadeira, comam umas pipocas e bebam um capri-sonne enquanto se deliciam com o novo ronrom da minha PX125.
Senti logo a diferença! A Leia ficou mais ligeira, mais rápida no desenvolver de cada velocidade engatada. Era mesmo isto que eu queria! Gostei do som do novo escape e facilmente atinge os 100Km no velocímetro, mas o propósito não foi este.
O Samuel para além de mecânico é um piloto de competição, sugeriu mudar a parte elétrica para tirar um melhor proveito do escape. Fica a dica para quem estiver interessado. Eu cá mantenho a minha ideia inicial. A minha menina é o meu pequeno tesouro clássico. Não estou interessado em Kits de motor para obter maiores velocidades ou mesmo fazer dela uma mota de corridas. Pretendo apenas desfrutar do prazer de a conduzir calmamente enquanto aprecio as paisagens e se necessário uma acelaradela rápida numa ultrapassagem, ela responderá.
Conclusão: #ADOREI